'A Culpa é das Estrelas', de John Green

Sou o tipo de pessoa que se interessa por aquilo que está em evidência. Não é que eu me entregue àquilo que comumente chamamos de “modinha…
Sou o tipo de pessoa que se interessa por aquilo que está em evidência. Não é que eu me entregue àquilo que comumente chamamos de “modinha”, mas a curiosidade em conhecer algo novo sempre fala mais alto. Pode ser a canção de um artista, um filme de um diretor que está na boca do povo ou até mesmo um livro que atrai a atenção de milhares de jovens. Foi assim o início da minha relação com 'A Culpa é das Estrelas', lançado no Brasil pela editora Intrínseca. Ouvi alguns comentários por aqui, li outros por ali e, por fim, decidi dar uma chance a John Green. Mesmo com a tecnologia facilitando o processo de leitura, preferi encomendar a cópia física. Com certeza foi a escolha mais sensata que eu poderia ter feito.

Hazel Grace (ou só Hazel) tem 16 anos e é a personagem principal da trama. Diagnosticada com câncer, uma droga experimental lhe dá a promessa de viver por mais alguns anos. Mesmo assim, ela tem plena consciência de seu destino. Longe da escola há algum tempo, a jovem divide suas tardes com os divertidos episódios de America's Next Top Model - seu programa de TV favorito – e as animadoras reuniões do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Com a constante insistência da mãe, Hazel parte para mais um encontro ao lado de seu inseparável cilindro de oxigênio.

Mesmo tendo em mente todas as palavras de otimismo que ouviria por mais algumas horas, tudo seria diferente. Foi a primeira vez que Hazel se encontrou com Augustus Waters, o jovem que mudaria sua vida. Gus é lindo, fofo, inteligente e se interessa por esportes. Infelizmente, perdeu uma perna na luta contra o câncer. Ele é amigo de Isaac, mais um dos jovens que participa dos encontros. Esse, por sua vez, divide comentários e suspiros irônicos com Hazel a cada vez que Patrick, o líder do Grupo de Apoio, enaltece vitórias contra a doença.

A aproximação dos personagens acontece de forma natural e faz com que a gente se surpreenda a cada minuto. Mesmo que Hazel repita a todo o momento que é uma granada prestes a explodir, o senso de humor de Augustus vira o jogo completamente.

Além do programa televisivo, outra paixão de Hazel é um livro chamado “Uma Aflição Imperial”, de Peter Van Houten. Um dos maiores desejos da jovem é descobrir como está a vida de cada um dos personagens após a última página da obra, que é bruscamente interrompida e finalizada com uma frase pela metade. Grace já enviou um montão de cartas ao autor, mas nunca obteve as respostas que gostaria. Com uma ajudinha especial, Hazel e Gus partem para Amsterdã à procura da realização de seu sonho.

Em determinados momentos a leitura tomou rumos que eu jamais poderia imaginar. Mesmo sem ter lido nenhum spoiler, o livro fala sobre uma doença que não é nada fácil. É inevitável não ter uma ideia pré-concebida do desfecho da história, mas John Green me deu uma verdadeira rasteira. Fui pego desprevenido: lágrimas escorreram pelo meu rosto e o coração bateu mais forte. Renda-se como eu me rendi, se apaixone como eu me apaixonei e se surpreenda como eu fui surpreendido. Se no final você achar que não valeu à pena, garanto que pelo menos vai ter um montão de quotes fofinhas para espalhar o amor por onde quiser!
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