Scream - The TV Series | Primeiras Impressões

Não parece, mas levou três anos até que ' Scream ' finalmente estreasse na MTV norte-americana, desde seu anúncio em Junho de 2…

Não parece, mas levou três anos até que 'Scream' finalmente estreasse na MTV norte-americana, desde seu anúncio em Junho de 2012.

A franquia, que no Brasil foi lançada como 'Pânico' (lançada aqui pela Imagem Filmes, em DVD e Blu-ray), é uma das mais prestigiadas do gênero. 

Devido ao franco desempenho de Pânico 4 nos cinemas em 2011, a The Weinstein Company e a Dimension Films decidiram não continuar com os planos de Pânico 5 e Pânico 6 e assim, o que fazer para que a franquia continue viva com o público? Uma série de TV.

Muito se falou desde 2012, entre rumores e confirmações. Por um tempo disseram que a série teria ligação com os filmes, mas mudaram de ideia. Até chegaram a dizer que a série teria elementos sobrenaturais, o que felizmente foi desconsiderado. E então, após roteiristas e diretores entrando e saindo, finalmente temos tudo finalizado, ao menos, o primeiro episódio.

Como marca registrada dos filmes, a série começa com uma cena de assassinato, estrelada por Nina Patterson (Bella Thorne, 'No Ritmo'). Foi uma boa cena de abertura, mas também um pouco seca, o assassino não telefona antes e fica apenas nas mensagens de texto. Outro ponto negativo é a falta de tensão, pois eu não fiquei com nenhum pingo de medo, muito menos aflito, pontos mais que essenciais num filme ou série de terror/suspense. Apesar disso, a atuação de Thorne foi boa, a atriz realmente nos faz acreditar que ela é uma verdadeira bitch manipuladora e convencida, e que com certeza fez alguma coisa pra ser brutalmente assassinada.

Logo depois somos apresentados aos personagens principais. Emma (Willa Fitzgerald, 'Royal Pains') é a protagonista, praticamente a Sidney Prescott dessa nova leitura, tendo inclusive um passado com o suposto assassino. Mesmo assim, a atriz parece não ter a capacidade emocional para ter o status de protagonista, mas veremos no decorrer da temporada.  O namorado Will (Connor Weil, 'Sharknado') é jogador do time da escola, tem um olhar sombrio, e até onde sabemos algo a esconder, mas as técnicas de atuação do ator também não são das melhores. Kieran (Amadeus Serafini, 'Oh La La, Hollywood Speaks French') é o garoto novo da escola, mas também possuí um olhar sinistro, mas também uma cara de bom moço. Será que teremos um novo Billy Loomis?

Broke (Carlson Young – True Blood) é a outra bitch da escola, que tem um caso com o professor Branson (Bobby Campo, 'Premonição 4'), e adora intrigas e fofocas, até aqui a possível Gale Weathers da série, mas uma das poucas integrantes do elenco que se destaca e parece compreender totalmente os interesses de sua personagem. Audrey (Bex Taylor-Klaus, 'Arrow') é a aspirante à cineasta que acaba se tornando a protagonista de um vídeo viral da internet, onde ela beija outra garota. A atriz apresenta uma boa atuação, mas nada muito diferente do que já vimos em Arrow ou IZombie.

Noah (John Karna, 'Modern Family') é até agora o melhor personagem da série, o novo Randy Meeks, é o grande entendedor de filmes e séries de terror, assim como crimes e serial killers reais, cultura POP em geral e o mais importante, como sobreviver em um filme de terror, ou nesse caso, uma série. O próprio ator se diz grande fã de filmes do gênero e por isso, apresenta a melhor atuação de todos do elenco. Por último, temos Jake (Tom Maden, 'Parenthood'), acredito que os roteiristas tinham a intenção de tornar esse personagem apenas como um alívio cômico, quase um novo Stu Macher, pois sabemos que esse é outro com seus segredinhos.


A série não tem o melhor elenco do mundo, afinal o que poderíamos esperar de uma série da MTV? Mas todos são jovens e ainda tem muito para aprender...

A ausência de Kevin Williamson é sentida praticamente no roteiro inteiro, mas principalmente nas cenas de tensão, e nos diálogos entre os jovens personagens. Ao menos temos Wes Craven como produtor-executivo, para termos um gostinho do que víamos nos filmes e alguém que conhece a proposta desse universo como ninguém.

Enquanto os filmes citavam inúmeros clássicos do cinema como Halloween, Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo e O Massacre da Serra Elétrica, aqui têm a oportunidade única de citar não apenas esses filmes, mas também séries de tv como American Horror Story, Bates Motel, Hannibal e The Walkind Dead. Estou curioso para ver tudo isso mesclado, afinal nunca tivemos a oportunidade de ver o mundo da televisão nos filmes. E esse é um ponto onde a série me conquistou...

Não gostei muito da trilha, parece que o compositor Jeremy Zuckerman quis trazer um lado mais clássico para a série, mas nada muito assustador ou tenebroso.

As narrações em off de Noah caíram como uma luva para a série, mostrando que todos tem segredos e motivos para começar essa onde de crimes. E felizmente, as ligações ameaçadoras foram mantidas e apesar de não termos mais Roger Jackson na voz do assassino, a nova voz é assustadora o bastante, e espero que tenha mais destaque nos próximos episódios. Outro bom aspecto da série é a nova máscara do Ghostface. A original não foi usada por uma questão de direitos autorais, mas a nova é tão assustadora quanto, porém não acredito que se tornará tão icônica. Já a roupa preta, parece ter tido uma leve inspiração no assassino de Eu Sei o que vocês Fizeram no Verão Passado.

Bom, agora temos mais nove episódios pela frente e eu não sei qual direção os roteiristas vão tomar. Será que teremos uma nova morte a cada episódio, quais novas pistas iram surgir, e o que mais veremos inspirados nos filmes? Como um grande fã dos filmes, admito que eu estava relutante com essa série desde do anúncio, e apesar de não ter achado esse primeiro episódio a melhor coisa do mundo, também teve seus pontos positivos, então agora o que nos resta é esperar e aguardar o melhor.


OBS: Para quem não viu os filmes, o Universal Channel irá exibir
os três primeiros filmes em uma maratona no dia 19 de Julho.

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A