
Dirigido por Brian Helgeland (‘Coração de Cavaleiro’), o filme conta a história de um dos maiores ídolos do beisebol ianque, Jackie Robinson. Não bastasse o fato de ter sido um jogador excepcional, ele foi, também, o primeiro negro a participar da liga profissional, em 1946. Entretanto, o conservadorismo e a forte segregação racial da época fizeram com que sua aceitação fosse extremamente problemática.
‘42’ (referência ao número da camisa do jogador) não chega a ser um registro biográfico convencional de Robinson, já que não interessa a Helgeland (que também assina o roteiro) acompanhar toda a vida do protagonista. O foco, aqui, são os bastidores de sua contratação pelo Brooklyn Dodgers e a relação com o mandatário do time, Branch Rickey, que desde o início das negociações fora duramente criticado pela ousada atitude.
Como todo feel-good movie que se preze, ‘42’ conta com uma trilha sonora virtuosa, diálogos repletos de frases de efeito inspiradoras e mensagens positivistas.
Tecnicamente irrepreensível, o longa recria com acertada simplicidade o período retratado, e é impossível não se empolgar com as sequências de jogos, onde o diretor abusa de planos e ângulos inusitados e de uma montagem fluida para criar alguns dos momentos mais poderosos da trama. E é durante esses momentos que a trama concentra a maioria das ofensas sofridas por Robinson, sobretudo em suas primeiras partidas entre os brancos. De vaias da própria torcida à ameaças de morte, é triste e indignante notar o comportamento irracional de parte da sociedade à época, mas é inegável o prazer em ver como o jogador (muito graças a sua esposa e seu chefe) manteve o foco apenas no beisebol e tratou de calar as inúmeras bocas que duvidavam de seu potencial - as cenas em que Rickey tenta convencê-lo de que só iria ser respeitado a partir do momento em que provasse ser “um cavalheiro e um bom jogador” são particularmente interessantes.
Tecnicamente irrepreensível, o longa recria com acertada simplicidade o período retratado, e é impossível não se empolgar com as sequências de jogos, onde o diretor abusa de planos e ângulos inusitados e de uma montagem fluida para criar alguns dos momentos mais poderosos da trama. E é durante esses momentos que a trama concentra a maioria das ofensas sofridas por Robinson, sobretudo em suas primeiras partidas entre os brancos. De vaias da própria torcida à ameaças de morte, é triste e indignante notar o comportamento irracional de parte da sociedade à época, mas é inegável o prazer em ver como o jogador (muito graças a sua esposa e seu chefe) manteve o foco apenas no beisebol e tratou de calar as inúmeras bocas que duvidavam de seu potencial - as cenas em que Rickey tenta convencê-lo de que só iria ser respeitado a partir do momento em que provasse ser “um cavalheiro e um bom jogador” são particularmente interessantes.

Helgeland foi feliz na maneira como decidiu tratar a figura de Robinson. Não o pinta como um heroi pura e simplesmente por ter tido uma vida sofrida, mas pelo que seu legado representou e ainda representa no meio esportivo (e até na sociedade em geral) dos Estados Unidos. Ainda não chegamos ao ponto em que negros e brancos convivem de maneira 100% harmoniosa, infelizmente. Porém, é possível afirmar que, se esse cenário apresentou uma melhora considerável de 1946 até hoje, Jackie Robinson - e Branch Rickey, por que não? - têm parte nisso.