1º Final de Semana da Bienal do Livro 2014 | Brasileiros amam ler e ficar em filas

O All POP Stuff esteve presente nos 3 primeiros dias da Bienal do Livro de São Paulo , e nessa matéria iremos detalhar um pouco do que vi…

O All POP Stuff esteve presente nos 3 primeiros dias da Bienal do Livro de São Paulo, e nessa matéria iremos detalhar um pouco do que vimos, vivemos e esperamos ver ao decorrer dessa semana.

Para início, quero deixar bem claro que a frase "Brasileiro não lê", já não tem nenhum sentido há anos, e quando chega a Bienal do livro, podemos provar com números e fotos que essa frase nunca foi tão errada quanto agora.

Sexta-Feira, dia 22 de agosto foi um ótimo dia para andar pelos corredores do pavilhão no Anhembi, e assim, ir se familiarizando com aquilo que virá à ser seu lar por muitas e muitas horas nos próximos dias.

Esse ano o evento teve patrocínio da gigante sul-coreana Samsung, sendo assim, qualquer pessoa que possua aparelhos da marca, ao apresenta-los no guichê para compra de ingressos, já tem direito a meia entrada. Choveu S4; S5 e câmeras da marca por todo o evento. Achei a iniciativa bacana. Ponto pra Samsung.

Durante as primeiras horas de sexta-feira o que observamos foi que os estandes desse ano foram bem mais simples em sua construção do que a Bienal de 2012. Parece que as editoras quiseram economizar nesse sentido e poucos estandes tiveram um diferencial pra chamar atenção.

Já se tratando de ofertas de livros, fomos em busca das pechinchas e promoções e encontramos coisas bacanas por preços à partir de R$5,00. A Editora Intrínseca tinha no mínimo 10 prateleiras com promoções.

A Editora Leya criou um número de telefone  (27185) ao qual o cliente envia um SMS GRATUITO com a palavra LEYA e ganha 10% de desconto em qualquer item do estande. Eu gostei.

Tivemos novamente uma imitação (bem feia, diga-se de passagem, do Trono de Ferro pra que você possa tirar uma foto), e também vendeu seu guia de GOT por míseros R$29,90.

As outras editoras optaram por manter os preços na nuvens e apelaram pro "combo amigo". Compre 2 livros e ganhe 5% de desconto; 3 livros 10%; 4 livros 15% e assim iam as promoções.

O dia terminou com uma comprinha de 10 livros, um cansaço extremo e uma certeza: Sábado e Domingo seriam dias de Caos na Bienal.

Sábado, dia 23. Cassandra Clare (Os Instrumentos Mortais); Lucinda Riley (A Casa das Orquídeas); Harlan Coben (Não Conte a Ninguém) e Kiera Cass ( A Seleção), foram os grandes nomes a disputar espaço e atenção dos participantes da Bienal.

Claro que a maior comoção se deu pela visita da Cassandra Clare e seus milhares de shadowhunters que vieram de vários estados do Brasil para poderem vê-la e ter um autógrafo em seus livros. Com apenas 500 senhas para autógrafos, alguns fãs acamparam em frente a Bienal as 22 horas de sexta para serem os primeiros a conseguir suas pulseiras no dia seguinte.

Ai começaram a surgir alguns do erros mais graves e causadores dos piores problemas para o sábado:

- 500 senhas não seria suficiente para a quantidade de Fãs que a Cassandra tem aqui.
- Porque colocar toda uma leva de autores no mesmo dia do evento?
- Os funcionários estavam mais perdidos que todos os visitantes dentro do evento, ou seja, informação zero.

E a lista de erros continuava crescendo. O caos que tomou conta do local na manhã de sábado só pode ser descrito como "Uma Arena de Jogos Vorazes" só quem ao invés de 24 participantes, Milhares num só lugar.


Foi impossível controlar a multidão que debandou pelos corredores com intuito de chegar ao estande da Editora Record para garantir sua senha para os autógrafos da Cassandra. Pessoas saíram machucadas, Estandes foram derrubados, jovens desmaiando, outros discutindo por terem chegado as 2 da madruga e outras as 9 da manhã.

Foi um caos sem fim. Corredores ficaram intransitáveis. Seguranças não conseguiam dar conta de uma multidão como aquela e todos brigavam pelo direito de estar ali, independente da hora que chegaram. O que aconteceu é que no fim, tornou a visita de todos uma coisa insuportável, estressante e deixou um gosto amargo de "faltou organização" em todos que sofreram de alguma forma com tudo aquilo.

Para acabar o sábado com ponto máximo para o caos, a rede de cartões e celulares não suportaram o fluxo de dados e simplesmente entraram em pane, ou seja, sem dinheiro em espécie, sem livros, ou comida nos quiosques. E sem sinal de celular para desespero dos amantes das selfies.

Domingo, dia 24, não foi diferente, foi impossível aproveitar o evento com tanta fila, desorganização e mais uma vez, caos generalizado pela falta de organização das editoras e da Bienal em mais um dia de autógrafos da Cassandra Clare e Kiera Cass. Era fila pra entrar no estande, fila pra pegar o livro, fila pra pagar e fila pra sair. Resumindo: Era Fila. Apenas.

Infelizmente o efeito se alastrou para os outros estandes e foi impossível visitar alguns estandes nesse dia.

O que podemos tirar desses 3 primeiros dias de Bienal é que:

* Brasileiro lê sim;
* Brasileiro ama uma fila;
* Brasileiro ainda precisa saber se comportar num evento assim. Se você chegou por último não passe à frente da pessoa que passou 12 horas na fila como se você estivesse certo;
* Os "Organizadores" precisam aprender como montar um evento desse tamanho e não pensarem apenas em quanto vão faturar.Espremer milhares de pessoas num local onde não cabe metade é complicado.
* As editoras deviam entender que Bienal é uma chance de venderem mais, terem um contato maior com seu público e não de esfaquear o consumidor aumentando o preço daquilo que custa às vezes, metade nos sites.

Por outro lado, existem os "sebos" (ou "mini feiras") dentro da Bienal, dentre novos e seminovos é possível encontrar muita coisa bacana com ótimos preços.

Por fim, um conselho, se possível visite a Bienal durante a semana, faça isso. Assim você poderá aproveitar mais, sem tumulto. No próximo Sábado e Domingo (os últimos dias), para quem for, já vá com a certeza de aturar filas imensas, muito calor e levem dinheiro. Nunca se sabe quando as maquinas de cartão podem parar.

Se quiser ver mais fotos que tiramos na Bienal, dá uma espiada no nosso álbum
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