Uma temporada de altos e baixos, e um clima que se alterna.
Durante os últimos episódios da quinta temporada, o sucesso Pretty Little Liars mostrava evidentes sinais de desgaste, e as expectativas para essa sexta temporada não eram as melhores, afinal a série vem enrolando seus telespectadores há tempos. Felizmente, os roteiristas se conscientizaram disso e nos trouxeram uma boa leva de episódios, mas ainda com algumas inconsistências.
A temporada já se inicia com um clima diferenciado, com as protagonistas confinadas dentro de uma “casa de bonecas” por dias, e é aí que devo ressaltar o grande desempenho de todas as atrizes em cenas tensas e que conseguiram nos passar aquela sensação sufocante. Nunca antes na série Aria (Lucy Hale), Hanna (Ashley Benson), Emily (Shay Mitchell) e Spencer (Troian Bellisario) haviam passado por uma situação como essa e a decisão de apresentar flashbacks desses momentos em outros episódios durante a temporada foi acertada, pois as jovens atrizes conseguiram demonstrar aquelas situações traumáticas de um modo mais particular para cada personagem. Outro ponto positivo foi a interação entre Alison (Sasha Pieterse), Caleb (Tyler Blackburn) e Ezra (Ian Harding) para salvar as garotas do confinamento. Esses três personagens não interagiam com frequência anteriormente e foi uma dinâmica que funcionou muito bem. Por outro lado, Mona teve uma participação mínima nesses dez episódios, uma pena já que a personagem é importante para o contexto inteiro da série, e Janel Parrish é uma ótima atriz.
Infelizmente esse clima não durou muito tempo, e em seguida tivemos episódios mais fracos, com pouca ação e poucas respostas, mas focados nas atuais relações das garotas com seus familiares, amigos, interesses amorosos e principalmente, o futuro na faculdade e possíveis profissões.
Após seis temporadas, nós tínhamos inúmeras perguntas no ar, e embora as principais tenham sido respondidas (Inclusive algumas que nós achávamos que já estavam solucionadas), algumas ainda ficaram no ar, talvez para serem abordadas no futuro, mas a questão é que tivemos tanta informação em apenas um episódio, que tudo pareceu muito corrido e tivemos muitos erros de continuidade, uma coisa já esperada, mas que mostra como os roteiristas se perderam após tantas perguntas.
Outra decisão acertada nessa temporada foi o fato de todos agora saberem das ameaças que as meninas estavam sofrendo. Pela primeira vez, os pais das quatro protagonistas se empenharam em proteger suas filhas de tudo e de todos e ainda garantirem que elas não passassem por perigo nenhum. E ainda, tivemos um episódio inteiro com Ashley (Laura Leighton), Ella (Holly Marie Combs), Pam (Nia Peeples) e Veronica (Lesley Fera), agindo exatamente como suas filhas, um dos melhores episódios que a série já nos apresentou. É bom ver isso, pois raramente vemos os pais interagindo juntos em outras séries adolescentes.
O figurino da série continua impecável, principalmente quando os personagens usam trajes mais formais, como nos dois últimos episódios durante o baile da escola. Grande trabalho da figurinista Mandi Line. Além do figurino, a trilha sonora também é incrível, conseguindo misturar ótimos hits atuais com clássicos inestimáveis e a fotografia que consegue capturar o melhor dos lindos sets da cidade de Rosewood, e alguns lugares mais fechados e sombrios como o sanatório Radley.
De fato, a roteirista Marlene King conseguiu nos apresentar bons episódios com poucas falhas e uma conclusão satisfatória para vários mistérios da série. Agora, a série irá se aventurar por um território jamais visto quando a temporada retornar em Janeiro, e assim realmente renovar a série para novas histórias e mistérios. Só nos resta torcer para que os mistérios sejam desenvolvidos com um pouco mais de planejamento, para que os fãs não voltem a se perder e para vermos Pretty Little Liars em sua melhor forma.