“Joyland”, lançado pela Suma de Letras, se tornou meu livro preferido do Stephen King. Não que eu tenha lido muitas obras do King; na verdade só li dois e meio por enquanto (você pode conferir aqui a resenha de “Escuridão Total Sem Estrelas”). De qualquer maneira, me apaixonei por “Joyland”, é bem diferente dos outros livros dele que eu já tinha lido.
A história é contada em primeira pessoa por Devin Jones, um rapaz de 21 anos que teve o coração partido pela namorada e resolve trabalhar durante as férias de verão em um parque de diversões, o Joyland. Lá, ele faz amizade com outros dois jovens que também vão trabalhar no parque durante o verão, Tom e Erin (inclusive, é ela que aparece na capa do livro). Devin rapidamente também fica amigo dos funcionários fixos do parque, como Lane Hardy, que cuida da roda gigante, e Madame Fortuna, a vidente do parque. Logo que conhece Devin, Madame Fortuna avisa de duas crianças que entrarão na vida dele em breve, uma garotinha e um garotinho, e também avisa que Devin pode correr perigo. No mesmo dia, Devin fica sabendo do assassinato de uma jovem, Linda Gray, que ocorreu há anos no parque, e que nunca fui solucionado. Além disso, há a “lenda” de que o espírito da jovem aparece para algumas pessoas que trabalham no parque.
Lendo a sinopse, pensei que o livro seria de mistério/terror, focado nas aparições de Linda Gray e na busca do Devin pelo assassino. Isso também acontece no livro, mas fica em segundo plano. Joyland é uma história sobre a vida, de como ela pode não ser justa às vezes, e como devemos criar e aproveitar momentos felizes. Devin é um personagem excepcional, de bom coração. Não é um daqueles mocinhos chatos e trouxas. É um personagem carismático e pelo qual você torce e tem prazer de acompanhar a narrativa.
Metade do livro se passa durante o verão, e mostra a amizade de Devin com Tom e Erin, e o trabalho no Joyland quando o parque está cheio de turistas. É a parte mais leve do livro, com passagens bem engraçadas. Depois que o verão acaba, Tom e Erin voltam para a faculdade, mas Devin resolve trancar seu curso e continuar trabalhando no parque. É aí que ele conhece Mike, um garotinho que usa uma cadeira de rodas e mora perto do Joyland. Aos poucos eles começam uma amizade, e Devin descobre que Mike é uma espécie de médium, e que pode ajuda-lo no caso Linda Gray.
Para quem gosta de mistério e suspense, pode ler “Joyland” sem problemas, pois tem um pouco dessa pegada mais para o final do livro. Nesse aspecto, a melhor parte foi quando Erin ajuda Devin com algumas pesquisas; o clímax do livro também foi bem legal. [SPOILER] A única coisa que eu não gostei foi quando o espírito de Linda Gray é libertado, achei bem sem graça a maneira como aconteceu. [SPOILER]
Mas o que eu mais gostei em “Joyland” foram as relações humanas que o livro mostra. Em algum momento você vai se identificar com os dilemas e as crises de Devin, e se emocionar com a amizade dele e do Mike.