Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está
ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16
anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui
xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a
liberdade.
Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão.
Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.
Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão.
Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.
Então continuei chorando, até que não havia mais nada a fazer senão dormir. Quando acordei, talvez uma hora depois, levei alguns segundos para lembrar que lugar era aquele, e foi aí que eu entendi por que estava ali.
- Página 12
• Gayle Forman
E, se você já tentou ler algo dela e não deu muito certo, confie em mim: ela merece uma segunda chance. Foi o que eu fiz. A autora norte-americana ficou mundialmente conhecida depois que lançou o YA contemporâneo Se eu ficar, lançado aqui no Brasil primeiramente pela editora Rocco e depois pela editora Novo Conceito, em 2014, mesmo ano em que sua adaptação chegou aos cinemas. Além dessa duologia (Se eu ficar e Para onde ela foi), Gayle também já lançou a dupla Apenas um dia e Apenas um ano (editora Novo Conceito), que em breve ganhará sua própria adaptação cinematográfica, e a história de Cody, em Eu estive aqui, que também vai para os cinemas. Ou seja, com tantos livros de sucesso em seu currículo, certamente você encontrará algum que lhe agrade. E, honestamente, eu acabei de encontrar o meu.
• É mais do que uma história de mocinho encontra mocinha e viveram felizes para sempre e fim.
Calma, calma. Eu gosto sim de ler uma boa história de amor, quem não? Mas, nessa trama em questão, o romance definitivamente não é o centro das atenções, e não faria muito sentido se fosse. Para falar a verdade, quando li a sinopse, nem passou pela minha cabeça que a protagonista encontraria um par romântico ao longo da história. Sei que às vezes o autor acaba se perdendo no meio de sua própria narrativa, deixando de lado o que realmente importa. Não Gayle. Devo dizer que nessa história tudo aconteceu da melhor forma possível. Foi sutil, natural, inesperado e, no fim das contas, tornou-se verdadeiramente parte da história. Mas, ainda assim, não é a melhor coisa do livro.
- Você não é complicação nenhuma. Muito pelo contrário. Você e a banda são as melhores coisas da minha vida.
- E você, minha cara, é uma estrela do rock. Não deixe que ninguém faça você se sentir menos do que isso, nem um pouquinho.
- Não vou deixar.
- Promete?
- Página 114/115
Essa sim é a melhor coisa do livro. Brit, uma adolescente de 16 anos, ao ser jogada pelo seu próprio pai em um suposto internato para garotas problemáticas, acaba percebendo que ele cometeu um terrível engano, uma vez que os métodos usados por esse lugar são duvidosos, além do fato de que ela não é maluca coisa nenhuma. Então, juntamente com outras 4 garotas, ela irá formar um grupo de resistência. Mas, mais do que isso, formará um grupo de verdadeiras amigas, um oásis em meio ao deserto de opressão, como disseram na própria sinopse. E é exatamente isso mesmo. O conceito da verdadeira amizade é uma coisa que Gayle trabalha impecavelmente nesse seu primeiro romance. É algo bonito de se ver. É inspirador. E divertido, claro. Bebe, uma das integrantes do grupo, é uma das personagens mais divertidas do livro, com um papel mais descontraído em meio a tanta tensão. É incrível como a autora conseguiu trabalhar com todas as personagens, dando importância a cada uma delas. Preciso dizer que, depois dessa leitura, você vai querer montar o seu próprio Clube das Irmãs Insanas.
• É, de certa forma, uma história real
O que há de estranho em mim é uma história de ficção, e Gayle deixou isso bem claro em uma nota encontrada no final do livro. Mas, ela também diz que existem reformatórios comportamentais espalhados por aí que, infelizmente, se assemelham em alguns aspectos com a Red Rock que vimos em sua história. Para finalizar, Forman revela que escreveu esse romance com apenas um objetivo: ajudar, de certa forma, esses jovens que precisam mesmo de ajuda. É um grito de socorro em meio a tanto caos e injustiça.
'O que há de estranho em mim' é baseado em pesquisas e entrevistas da autora com garotas que passaram por centro de tratamentos. Ler este livro é como testemunhar um acidente e ficar aliviado por não estar envolvido nele. A mensagem é claríssima, e os leitores se preocuparão tanto com os personagens que precisarão saber o que acontecerá à eles.
- VOYA
• É um ótimo livro
Há melhor razão do que essa? O que há de estranho em mim é narrado em primeira pessoa e vai fisgá-lo logo na primeira página. Ou na segunda. Quer dizer, no começo eu não consegui me conectar aos dramas da protagonista. Achava tudo meio chato e melodramático demais. Mas, conforme a história foi evoluindo, percebi que estava ficando cada vez mais envolvido, até chegar ao ponto de não conseguir mais parar de pensar no que aconteceria aos personagens. Qual seria o final dado a eles? Honestamente, não sei dizer o que eu esperava encontrar na conclusão da história, mas digo com toda certeza que fiquei satisfeito com o que eu encontrei. Tudo acabou como deveria ter acabado. Gayle amarrou quase todas as pontas, esquecendo apenas algumas coisinhas para trás. Leia! Você vai se assustar e se surpreender com a veracidade dessa história e vai fechar o livro com o seguinte questionamento: afinal, o que é ser normal?
- É que a gente acha que a loucura e a sanidade ficam em lados opostos de um oceano, mas na verdade não passam de duas ilhas vizinhas.
Ainda me encarando, V indagou:
- Então é esse o seu grande medo? A possibilidade de que Brit Hemphill esteja vivendo mais perto do que deveria da ilha dos malucos?
- Muita gente acha que já estou nela.
- Página 194
*Foto do topo: Blog Resenhando de Pijamas