Provavelmente antes mesmo de sabermos a definição de ‘metáfora’ os seres humanos já as produziam em grande massa. Comparar coisas, objetos ou pessoas é um desejo intrínseco a nós – e comprovado por cientistas o quando nosso cérebro tem o forte desejo de interligar pontos.
Metáfora (sf): designação de um objeto ou qualidade através de uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que possui com o primeiro uma relação de semelhança.
Livros, filmes e todo conteúdo midiático usa muito disso para descrever situações – e isso não foi diferente com “He Took His Skin Off for Me” (ou, em tradução livre, “Ele Tirou Sua Pele para Mim”. Somente lendo o título você pode estranhar do que eu estou escrevendo; mas esse é um curta muito bem feito pelo diretor Ben Aston. E assustadoramente ele desenvolveu esse projeto como trabalho de conclusão de curso da faculdade de Cinema, na London Film School. Foram dois anos de muito trabalho (e sem efeitos visuais!) até ele ficar pronto.
O curta conta a história baseada no conto de Mary Hummer que projeta o casal comum ao enredo. Vivendo uma vida mais normal impossível, a mulher insatisfeita faz um pedido para o marido: ela quer que ele tire toda sua pele para ela. Parece loucura. Mas é apenas uma metáfora.
Até qual ponto você cederia para ver o seu companheiro ou companheira feliz na relação em que vocês estão inseridos? O quanto vale a pena provar seu amor para a outra pessoa? Por que devemos provar o que sentimos para os outros? Quando começamos a interpretar enquanto assistimos o curta-metragem deixamos de ver todo o músculo exposto e o sangue que suja os cômodos da casa, mas sim um relacionamento conturbado que não tem correspondência direta.
Subliminarmente o enredo se desenrola agarrando esses temas e questionando o público e os próprios personagens: o que você espera dos outros está ao seu alcance e vontade de conceder o mesmo?