Já pensou em deixar seu Snapchat na custódia da sua avó por um dia? Pobre senhora, certamente ficaria tão perdida que nem um sistema de geolocalização por imagem ia localizá-la. Antes de largar seu smartphone para a vovozinha mais próxima e cair na risada, pensa só: em um futuro não tão distante você pode estar nessa situação e você ser o ancião. E agora que vem a questão: o que será que seu neto/a estaria te mostrando?
Um hoverboard não será, pois essa ideia já é dos anos 80. Um holograma que interage com você dentro de casa? Ah, sejamos mais criativos, isso já é fichinha para o vingador do futuro. Quem sabe uma aeronave não tripulada que capta dados e imagens? Ai ai ai, esse papo é muito de volta para o futuro ainda.
Então, pensa só. Que doido é tentar imaginar algo que não existe. Agora pensa, ou melhor, pergunte para a sua avó se ela entende um "troço" que sequer existia quando ela era jovem e não faz ideia de como funciona e por quê, afinal de constas, existe? Calma, já deve ter sido difícil para ela vivenciar o "Segure o tchan, amarre o tchan" (e se essa não é do seu tempo, adapte a frase para: "Rá rá rá rá rá rá rá, o Lepo Lepo").
Pelo menos uns cem anos devem separar a geração da sua avó da sua (chutando alto, claro). Apesar de que hoje as gerações podem ser analisadas pelo comportamento das pessoas e não mais pela faixa etária em que se encontram, dá para entender que os seus costumes norteiam o mercado, o marketing das empresas, o censo, as emissoras de TV a cabo, e até o padeiro do seu bairro.
Mas isso não muda o fato de que muitos anos bloqueiam a mente dos seus avós para compreenderem certas evoluções tecnológicas. Muitos deles tentam e é lindo de ver - antes de zoar com as senhorinhas espirituosas que vemos por aí. Como essas que ganharam a web há algumas semanas ao tentar fazer uma selfie:
O fato é que usamos o Snapchat para mostrar nossas vidas, o que estamos fazendo, o que tem de legal, o que queremos que nossos amigos vejam e se divirtam em tempo real com a gente e esse não é um ambiente onde a terceira idade tem preferência. Nada contra, mas compartilhar ideias, coisas legais, cultura inútil que seja, é o que queremos e não saber a temperatura de Curitiba TODOS OS DIAS, por exemplo. É por isso, e por todo o seu potencial que o fantasminha é o queridinho das gerações Z e C.
De qualquer jeito, a tentativa é livre. Lanço para vocês o desafio: Pegue seu smartphone e tente explicar para a sua vó ou vô o que é o Snapchat (se você não tem avós, peça os da sua vizinha emprestado). Depois disso faça alguns snaps com ela/ele para exemplificar e por fim largue na mão dela/dele e deixe se divertir como se não houvesse amanhã. Na certa a risada, ao menos, estará garantida.