Fuller House - 1ª Temporada | Crítica

Vinte e um anos se passaram desde que o último episódio de 'Full House' (Três É Demais, no Brasil) foi exibido nos Estados Un…

Vinte e um anos se passaram desde que o último episódio de 'Full House' (Três É Demais, no Brasil) foi exibido nos Estados Unidos, uma das séries que marcou gerações pela leveza, simplicidade e o bom humor que conquistou famílias do mundo todo.

Apesar do tempo, a série continuou viva nos corações de muita gente, e com a recente onda de reviver séries do passado, a Netflix e Warner decidiram trazer esses personagens de volta com episódios inéditos, e o resultado de 'Fuller House' não poderia ser melhor. Além disso, para a felicidade de todos, boa parte do elenco original está de volta.

Dessa vez, D. J. Tanner (Candace Cameron Bure) ficou viúva recentemente, mas com três filhos para criar, aceita a ajuda da irmã Stephanie (Jodie Sweetin) e da melhor amiga Kimmy (Andrea Barber) para cuidar dos três meninos, além da filha de Kimmy que também entra na mistura.

Praticamente, a mesma premissa da série original, apenas com os gêneros invertidos. Algo que muitos consideraram repetitivo, mas que coincide com a série, que nunca foi conhecida por um roteiro inovador ou diferenciado.

O trio de protagonistas está maravilhoso, apesar do tempo, as três personagens não foram descaracterizadas e também não perderam seus trejeitos únicos. Além das três, é bom ter de volta Danny (Bob Saget), Jesse (John Stamos), Joey (Dave Coulier) e Becky (Lori Loughlin), os quatro possuem participações ocasionais durante a temporada, o que é bom para manter o foco em D.J., Stephanie e Kimmy, mas ver todos em cena juntos é como se o tempo não tivesse passado. E alguns dos bordões mais clássicos também foram trazidos de volta e apesar do tempo, não perderam a graça.


O elenco infantil também está sensacional, o charme de Jackson (Michael Campion) é completamente envolvente, além de sua malandragem de irmão mais velho. Ramona (Soni Bringas) é apaixonante desde o primeiro momento, mas o grande destaque fica com Max (Elias Harger), que apesar de ser o mais novo entre os três, é o que possuí o melhor timing para comédia e as melhores piadas, o jovem garoto é muito talentoso.

Entre os novos personagens, temos Fernando (Juan Pablo Di Pace) ex-marido de Kimmy e pai de Ramona. O mulherengo é engraçado, mas extremamente caricato, como é de origem latina, ele possui um sotaque altamente forçado, algo que poderia ter sido melhor trabalhado pelos roteiristas. No entanto, é muito bom ver que temos a inclusão de personagens latinos na série, tanto Fernando, quando Ramona foram ótimas adições para a série.


Steve (Scott Weinger) também retorna da série original, para mais uma vez tentar conquistar o coração de D.J., mas Matt (John Brotherton) entra em cena para também lutar pelo coração da protagonista. Antes de percebemos, um triângulo amoroso se inicia, algo um tanto quanto antiquado, mas que também gera boas risadas. Surpreendentemente, os três possuem um bom desempenho e uma ótima química. As cenas com os três são muito mais divertidas do que as cenas com apenas dois.

Infelizmente, as gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen não retornam ao papel de Michelle Tanner, papel que levou as duas à fama, mas a ausência da personagem é trabalhada com muito bom humor, nos proporcionando alguns dos melhores momentos da série.


Apesar de manter o clássico formato de sitcom norte-americana, a Netflix não deixa de inovar em alguns quesitos. Algumas cenas são filmadas em locações em pleno céu aberto, mas mantendo as reações do público, algo que funciona perfeitamente.

O clássico tema de abertura "Everywhere You Look", que antes era interpretada por Jesse Frederick, foi regravado por Carly Rae Jepsen e não causa estranheza em momento nenhum e nos impede de pular a abertura mesmo que que a gente assista um episódio atrás do outro.


Por fim, Fuller House pode não ser a melhor série de comédia do ano, mas cumpre sua proposta de proporcionar aquele gostinho de nostalgia e apresentar esses personagens para uma geração totalmente nova. E ainda prova que séries familiares podem ser divertidas tanto para adultos quanto crianças.


Entre 'Orange is the New Black', 'House of Cards' e outras, é bom saber que a Netflix também está interessada em oferecer boas séries para um público mais familiar.

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