'A Caderneta Vermelha', de Antoine Laurain

Se eu tivesse que definir, “ A Caderneta Vermelha ” seria um romance investigativo. O livro foi escrito pelo francês Antoine Laurain …

Se eu tivesse que definir, “A Caderneta Vermelha” seria um romance investigativo. O livro foi escrito pelo francês Antoine Laurain e lançado em maio no Brasil pela Alfaguara, um selo da Companhia das Letras.

A obra se passa em Paris, e começa mostrando um assalto a uma mulher na porta de seu prédio. O bandido rouba a bolsa dela, e na confusão a mulher acaba batendo a cabeça no portão do prédio. No dia seguinte, Laurent Letellier, um livreiro na casa dos 40 anos, encontra a bolsa no lixo da rua.

Intrigado, pois a bolsa tem uma aparência cara e possui bom aspecto, ele resolve levar para casa e examinar os pertences contidos nela, procurando alguma pista sobre a dona da bolsa. Dentro dela, entre outras coisas, há uma caderneta vermelha com algumas anotações que dão dicas sobre a personalidade da mulher, mas nenhum nome ou telefone para contato.

Laurent então passa a analisar os outros objetos da bolsa, e aos poucos consegue formar uma imagem da misteriosa mulher e se encanta por essa pessoa que ele não sabe o nome nem nunca viu.  Do outro lado da história, a dona da bolsa acaba entrando em coma, por conta do machucado sofrido no assalto (isso me lembrou o filme “Enquanto você dormia”).

Acho que nunca li um livro escrito por um francês, e foi uma experiência diferente. Não sei o estilo dos franceses é assim ou apenas esse escritor, mas uma coisa que me incomodou foi na hora dos diálogos. Ao invés de ter travessão, era narrado. Por exemplo, “Tem um perfume no ar, disse, com jeito cúmplice”. Isso foi bem problemático pra mim e me confundiu algumas vezes.

Outra coisa que me confundiu foram os nomes. O sobrenome do autor começa com “L”, o nome e sobrenome do personagem principal também, assim como o nome da dona da bolsa. Como são nomes diferentes, tive um pouco de dificuldade até lembrar quem era quem.

A história é curta, tem apenas 132 páginas, mas o começo é meio cansativo. Começa a ter um fluxo melhor depois da metade. Mas o livro também tem seus pontos positivos. Um deles é que fiquei sabendo mais sobre a cultura parisiense. Há até mesmo algumas notas-pés explicando algumas expressões. Outra coisa bacana foi o final. Apesar de ter achado meio forçado o Laurent se apaixonar por uma pessoa que nunca viu ou conversou, o final foi redondinho e não deixou nenhuma ponta solta. Ah, e a capa do livro é linda né!

Se você procura um romance diferente para ler, e de quebra ainda aprender sobre a cultura dos franceses, “A Caderneta Vermelha” é a pedida certa.
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