Aconteceu na última semana em São Paulo o 7º Panorama de Cinema Suíço Contemporâneo. Nele inúmeros filmes foram apresentados, de documentários a filmes de ficção, em versões longas e curtas. O filme que abriu o Panorama 2018 foi o documentário 'Hafis & Mara', do diretor Mano Khalil.
Nele acompanhamos a vida do casal Hafis e Mara Bertschinger, ele um artista suíço-libanês que produz desenhos e esculturas um tanto quanto abstratas. Mara é uma senhora, já muito debilitada, que confia em seu marido e banca, financeiramente, sua estrutura de criação.
Mesmo com tantos anos de carreira, Hafis ainda tem muitos sonhos com o sucesso e espaço em galerias de arte, coisa que não aconteceu da forma como esperava. Ele trazia em suas referências inúmeras viagens pelo mundo em busca de lugares, pessoas, cores e formas de expressão de arte.
É visível como ele gosta de criar e relacionar suas obras de forma grandiosa, normalmente usando um pincel, uma grande tela e movimentos bruscos, mas que normalmente tentam remeter a emoções e seus relacionamentos.
Porém podemos ver que Hafis concentrava ainda uma grande amor e admiração por Mara, que ainda banca seus sonhos, apesar da idade avançada e problemas de saúde. Ela, apesar de silenciosa, tinha sempre as respostas certas para ele, mas também guardava muitos sentimentos e reações para ela. E isso é apresentado durante o filme, talvez um dos momentos mais emocionantes da história.
O filme ainda apresenta imagens das últimas viagens de Hafis, uma dessas para reencontrar sua família. Mara não pode acompanhá-lo, mas mesmo assim parecia disposta em colaborar com esses reencontros.
'Hafis & Mara' apresenta uma história real de amor, arte e compreensão. Principalmente ao mostrar que nem todas as relações serão perfeitas e que muitas vezes as surpresas no caminho podem trazer outras perspectivas para sua história de vida.