Paula Pimenta e Bruno Garotti comentam sobre 'Cinderela Pop'

No último dia 18, conversamos por telefone com o diretor Bruno Garotti e autora Paula Pimenta . Os dois estão envolvidos na adaptação d…
No último dia 18, conversamos por telefone com o diretor Bruno Garotti e autora Paula Pimenta. Os dois estão envolvidos na adaptação de 'Cinderela Pop', que chega hoje, 28 de fevereiro, aos cinemas. Confira abaixo como foi o papo: 

All POP Stuff: Você já tem uma certa experiência com filmes adolescentes, como 'Eu Fico Loko' e 'Tudo por um popstar'. Ainda é difícil de levar a expectativa do público para as telas?

Bruno Garotti: Eu tive a sorte, nesses três filmes que dirigi, de fazer a adaptação de livros que já são muito queridos pelo público. Eu me sinto muito sortudo em ter esses autores confiando em mim para fazer as adaptações. O primeiro filme que trabalhei, com a temática jovem, foi 'Confissões de Adolescente' (2014), que fiz o roteiro junto com Sylvio Gonçalves e Matheus Souza, e teve a direção da Cris D'Amato. Trabalhar com filmes para os jovens é muito bom. Além de toda a nostalgia, você vê que o público está ansioso e tem muita energia para ver o filme dar certo. E quando pensei em dirigir meu primeiro filme, pensei que queria continuar nesse universo. Tanto que fui atrás do Christian Figueiredo para adaptar o 'Eu Fico Loko', que eu identifiquei que era uma forma de encontrar o adolescente dessa geração. E na sequência apareceu 'Tudo por um popstar' e 'Cinderela Pop'. Eu percebo que eles tem em comum uma visão do jovem que já foi afetado pela revolução digital e de comportamento, que a sociedade está vivendo, mas para eles chega ainda mais rápido. Se colocar esses pensamentos em confronto com as ideias das gerações anteriores e esse tipo de conflito é muito rico para ser explorado no cinema.


Em 'Cinderela Pop', a Paula Pimenta já teve a preocupação de trazer essa visão para as personagens quando adaptou o conto de fadas, atualizando as questões da Cinderela pros dia de hoje. A Paula foi muito feliz em ver a personagem como uma DJ. Até digo que a Paula também é uma DJ, que pega as músicas antigas e transforma elas, coloca novas batidas e traz elas para os dias de hoje. Ela fez muito bem isso ao trazer uma Cinderela que não está preocupada com o príncipe e sim em realizar os sonhos dela como DJ. Além da protagonista, tem personagem com falta de amor próprio, uma madrasta que leva o amor como uma questão de ascensão social e tudo isso misturado com o pensamento mais moderno e atual da Cinderela, que está personificado com Maísa.

Em questão de nostalgia, como foi a visão para repaginar essa personagem?

É a repaginação de cada elemento do conto de fadas, se a gente tinha uma Cinderela com sapatinho de cristal, essa tem um All Star customizado. Se antes ela tinha a chance de se libertar casando com o príncipe, na nossa versão temos uma Cinderela que sua liberdade surge com ela sendo DJ, ela não está em busca de um relacionamento. Cada elemento foi pensado para trazer as ideias e posicionamentos atuais.

O cinema adolescente vem crescendo nos últimos anos e a presença desse público e suas famílias é cada vez maior. Como você vê essa reaproximação?

Mesmo quando um filme não é voltado para o seu público é possível se interessar e criar uma conexão com a história e personagens. Você consegue se divertir e identificar com a história. São filmes para agradar a família inteira. Em 'Cinderela Pop', qualquer pessoa vai encontrar alguma mensagem. A gente faz os filmes com muito cuidado e sabe como o jovem tem facilidade para assistir inúmeros conteúdos. São eles que ajudam a fazer esse estilo de filme crescer, sem preconceito com nossas produções nacionais. Eu fiquei muito feliz com o resultado, temos uma equipe e elenco excepcionais e espero que o público goste e comente o que acharam do nosso filme.


All POP Stuff: Como está a expectativa com a chegada de 'Cinderela Pop' nos cinemas?

Paula Pimenta: Estou muito feliz, adorei o resultado final. Foi muito desafiador, é minha primeira adaptação, então houve um certo desapego do formato de livro. Ajudei bastante no roteiro, pedi algumas modificações para ficar mais próximo a estrutura do livro. Eles respeitaram muito minha história e gostei muito do processo e resultado. Foi uma experiência mágica. O livro sempre terá mais detalhes, mas é complicado condensar um livro em um filme de 1h30. As partes mais importantes da história estão lá e tenho certeza que quem leu vai gostar.

Como você vê a literatura nacional refletindo nas produções de cinema e a busca por um novo público?

É muito importante! Quanto mais cultura chegar para as crianças e adolescentes melhor. Ainda falta muito. Assim o público consegue crescer e enriquecer seus pensamentos. Eu acho ótimo nossa literatura influenciar nos cinemas e espero que cada vez mais elas tenham espaço, principalmente para esse público.



Agradecimentos ao Léo Francisco e TZM Entretenimento
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