No último 29 de outubro, também conhecido como Dia Nacional do Livro, o jornal Extra publicou uma matéria que apresentava o crescimento de 15% nas vendas dos livros citados na novela 'Bom Sucesso', exibida na faixa das 19h na Rede Globo. Podemos dizer que a literatura e o entretenimento estão mais conectados do que nunca, seja ele na televisão, cinema ou teatro, quase sempre vamos ver alguma adaptação ou referência no texto ou cenário. E é bom ver que essas correlações também chegam ao mercado editorial.
O enredo da novela, apresenta o encontro de Alberto, dono de uma editora que está muito doente, e Paloma, uma costureira que adora ler. Ela ainda traz nos nomes dos filhos seus personagens favoritos. Isso foi a chave de sucesso para o aumento da audiência na TV e também na busca de títulos nas livrarias, como 'Peter Pan', 'Alice no País das Maravilhas', 'A letra escarlate', 'Cyrano de Bergerac', 'Gabriela, cravo e canela', 'O mágico de Oz' e muitos outros.
Mesmo que os capítulos apresentem de forma muito lúdica e simplificada as narrativas literárias, isso já traz novidade e inspiração para quem não mantêm um hábito de leitura, durante seu dia ou semana. Eles também mostram que a leitura pode ser realmente feita em qualquer lugar, seja em casa, no ônibus ou metrô. Algo interessante é a valorização do formato físico, principalmente quando enxergamos a imensa biblioteca do personagem Alberto, interpretado por Antônio Fagundes.
Falando no ator, não posso esquecer de comentar sobre seu podcast, o Clube do Livro. De forma rápida, Fagundes apresenta comentários dos livros que está lendo, insere dicas em temáticas específicas e ainda sugere leituras em conjunto com o público. Com isso, já anotei várias dicas para ler futuramente, como 'O tribunal da quinta-feira', de Michel Laub ou 'A ilha', de Aldous Huxley.
Esse movimento de trazer a literatura para mais próximo do público, seja direta ou indiretamente, é presente em outras produções, como nas séries 'Younger' (TVLand), 'Segunda Chamada' (Globo), e também nos lançamentos da HBO, 'Sra. Fletcher' (de Tom Perrotta), e 'Watchmen' (de Alan Moore).
Já nos teatros, uma das novidades em São Paulo é a peça com Monique Alfradique, 'Como ter uma Vida Normal', baseada na obra de Camila Fremder e Jana Rosa. Ainda em novembro, nos cinemas, conferimos a adaptação do livro 'A vida invisível de Eurídice Gusmão', de Martha Batalha, escolhido como representante do Brasil na corrida ao Oscar.
Como leitor e espectador, espero que essa relação da literatura com o entretenimento, continue acontecendo, crescendo e movimentando o mercado. O crescimento cultural é para todos e colabora na visão de novos mundos e narrativas.