Mário (Daniel Rocha) mora no Rio de Janeiro, trabalha como escritor (de peças de teatro e livros), namora com Fernando (Felipe Abib) e está sempre com os amigos Lana (Nany People), Kiko (Victor Maia) e Xande (Nando Brandão), todos do grupo de teatro Terceira Força. Apesar de parecer tudo certo, seu pai, Antonio (José Victor Castiel), acredita que ele está na capital carioca fazendo um MBA em administração.
Mesmo com medo de revelar a verdade sobre sua sexualidade, relacionamento amoroso e profissão, Mário estava decidido a contar tudo no próximo encontro com a família, que mora em Nova Petrópolis (RS), onde também fica a empresa da família, a cervejaria Brülichbier. O que ele não esperava é que ao chegar na cidade, e contar tudo para Vicente (Romulo Arantes Neto), seu irmão, ele iria ficar preso a cervejaria.
Antes da revelação de Mário, Vicente passa na frente e conta que é gay para a família, o que permite a retratação do machismo e homofobia, principalmente nas famílias que se intitulam "tradicionais", ao não aceitarem as diferenças e diversidade. A ocasião impede Mário de contar que é gay, tem um namorado e não segue a profissão que o pai espera. Sem contar que toda a exaltação faz com que Antonio passe mal e precise ir para o hospital.
Entre tudo isso, Mário conhece Ana (Letícia Lima) uma coach contratada por Vicente para trazer uma nova visão empresarial para a cervejaria. Apesar do tempo falando dos futuros projeto, ele e Ana saem para jantar, vão até uma boate e começa a perceber que está atraído por ela. E isso causa uma confusão na cabeça de Mário.
Nesse momento, Mário precisava resolver muitas coisas ao mesmo tempo: entender mais uma vez sua sexualidade (e falar sobre isso com a família), organizar os novos lançamentos da empresa, reatar os laços familiares e ainda organizar a visita surpresa do namorado e amigos na cidade natal.
Confesso que inicialmente achei que o filme seguiria o final de 'O Primeiro que Disse' (Mine vaganti, 2010), filme que deu origem a 'Quem Vai Ficar com Mário?'. Mas as mudanças na narrativa, acrescentando a descoberta sobre uma bissexualidade (ou pan) e uma relação poliamorosa, enriqueceram o roteiro da adaptação brasileira.
Isso faz com que sua história, além de divertida, possibilite que o público pense sobre seu amor próprio e como quer amar as pessoas que estão a seu redor. Seja uma pessoa ou mais, do mesmo gênero, orientação sexual ou não. A mensagem para "ter coragem para ser feliz", citada na música tema interpretada por Pabllo Vittar, é presente do início ao fim. Afinal o medo não deveria guiar nossos sentimentos e muito menos nossas relações.
Inclusive, ele percebe que não teria sido tão difícil se tivesse sido mais aberto em relação aos seus sentimentos quando tem uma conversa com sua irmã, avó e Ana. Sem esquecer da sobrinha, que é a mais amável de toda da família. Todas elas mostraram que ele não estaria sozinho. Ou melhor, nunca esteve sozinho.
E perceber-se como uma pessoa amada foi muito importante para Mário. Entender que as pessoas que ele ama, retornam o amor da mesma forma é o que motiva a seguir sua vida da melhor maneira: a que ele decidiu viver. Espero que a história sirva de exemplo para quem está com medo de conversar com sua família, amigos ou simplesmente uma pessoa que confia. Nós precisamos seguir o caminho da felicidade e do amor.