Com inúmeras referências ao suspense e terror, 'Passagem Secreta' se perde na narrativa

'Passagem Secreta' é uma nova ficção nacional, lançada nos cinemas pela A2 Filmes. Com uma mistura de referências, que incluem histórias contadas pela rádio (nesse caso uma rádio escolar) como 'A Guerra dos Mundos', de H. G. Wells, os mistérios de Stephen King, as crianças de Stranger Things e parques de diversões, o filme tem uma boa premissa, mas se perde em seu resultado final.

Com uma narrativa inicial lenta, 'Passagem Secreta' entrega uma atmosfera de suspense sobre a vida da protagonista e seus familiares. Mas logo depois segue para uma história confusa e muitas vezes sem conexões. Foi um filme que entendi mais as referências do que a história. Isso é ruim? Não, mas se estou conhecendo algo novo, preciso de mais detalhes dos personagens e narrativas.

Alice (Luiza Quinteiro) é a protagonista e vive sob o mistério de muitas interferências de sinal que recebe em um rádio. Além disso, quer entender uma conexão que tem com seu avô, que era dono do parque de diversões, e qual a razão de precisar ficar longe de sua mãe. Além disse, fica com extrema curiosidade para saber o que esconde uma antiga cabine de comando do parque de diversões.

A 'Passagem Secreta' do título é real, e nela é possível encontrar o passado do parque, mas também muitos medos e inseguranças que cada uma das crianças carrega ao longo de suas curtas experiências de vida. 

Falando nessas outras crianças, a história delas é tão relevante quanto a de Alice, mas eles carregam mais as ideias do gênero de suspense, com a curiosidade e as conexões dos elementos, como a rádio e um deles precisando de ajuda ao se perder no parque.

Sabe aquela história que um livro seria melhor? Pois é, 'Passagem Secreta' poderia ter seguido esse caminho. É uma história com muitos detalhes, mas é acompanhada de diálogos rasos e com narrativas mais longas, como a de uma obra literária, poderiam prender e entreter o público por mais tempo.