O diagnóstico psiquiátrico de Amber Heard

A Psicóloga Bruna Lima fala sobre o julgamento de Johnny Depp e Amber Heard
A atriz Amber Heard está sendo acusada por difamar o ator Johnny Depp, com quem foi casada por 3 anos, o julgamento acontece agora em 2022. A atriz talvez mais conhecida por Mera, papel interpretado em 'Liga da Justiça' e 'Aquaman', alegou ter sofrido violência doméstica em um famoso veículo de notícias nos Estados Unidos e por este motivo Depp tomou a iniciativa de se defender desta grave acusação.


A violência doméstica de homens, mulheres e LGBTQ+

As relações em geral são território onde as emoções fluem, se transformam e impactam profundamente o nosso mundo interno. Não é à toa que Freud dizia que uma das questões pelas quais o ser humano não alcança completamente a felicidade são as relações humanas, pelo simples fato de serem complexas e demandarem muito dos nossos esforços emocionais.

E quando falamos de relações românticas entramos no campo de tudo o que é mais íntimo. É no envolvimento emocional amoroso ou sexual que podemos entrar em contato com os elementos mais profundos da psiquê do outro e de nós mesmos, desde o amor, afeto e tesão, até o ódio, inferioridade e desejo por poder. E isso pode acontecer nas relações de todos os gêneros.

A violência vivida por uma mulher dentro de uma relação amorosa pode tomar diversas formas, assim como a sofrida pelos homens. No caso Amber e Johnny alegam ter vivido violência psicológica e física.

Em situações disfuncionais o amor pode se tornar obsessão e raiva e a raiva e a obsessão podem ser interpretados como amor. É importante estar atento aos próprios limites e procurar ajuda quando necessário.

Ao longo do julgamento a psique de Amber tem sido investigada por duas psicólogas forenses de peso, Dra. Shannon Curry e Dra. Dawn Hughes. Ambas mostram versões diferentes sobre o diagnóstico psicológico da atriz.

A versão da Dra. Curry

O diagnóstico de Amber Heard dado pela psicóloga foram dois: transtorno de personalidade histriônica e transtorno de personalidade borderline. O que são estes diagnósticos?

Vamos começar pelo transtorno de personalidade histriônica. De acordo com o DSM 5 (Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais) o histriônico busca por atenção de uma forma excessiva e sofre quando não é o centro das atenções. Geralmente são pessoas muito teatrais e buscam impressionar e seduzir todos ao redor.

Já o transtorno de personalidade borderline diz de uma instabilidade nas relações interpessoais e afetos. Há um esforço desesperado para se evitar um abandono real ou imaginado pois sente este desamparo como um algo terrível. O comportamento do diagnosticado costuma ser auto destrutivo ou agressivo.

Então a imagem que a Dra. Curry constrói de Amber é a imagem de uma pessoa que sente muita raiva e pode ser cruel e manipuladora pelo fato de não aceitar o abandono vivido ou imaginado. Há um algo de soberba e e auto importância exagerados que podem fazer com que Amber se revolte contra o alguém que de alguma forma a abandona.

A versão da Dra. Hughes

Ela narra uma versão bem diferente do que vê em Amber. Seu diagnóstico foi o de transtorno de estresse pós traumático. De uma forma geral este transtorno diz de alguém que foi exposto à um episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual.

Por conta deste trauma o diagnosticado pode se invadido por memórias intrusivas, flashs do trauma que ocorreu e ainda manifestar um comportamento extremamente evitativo à coisas que podem lembrar o evento traumático. Além disso a pessoa pode sentir um medo difuso, se comportar de uma forma hipervigilante e se isolar.

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