'Ao Seu Lado' e o impacto do tempo nos relacionamentos

Filme está nos cinemas brasileiros


Desde março de 2022, 'Ao Seu Lado' (In from the Side) vem sendo elogiado e comentado em diversos festivais internacionais. Lançado pela A2 Filmes no final de junho, o filme criado por Matt Carter e Adam Silver, traz uma narrativa LGBTQIAPN+ para os cinemas brasileiros, que envolve esporte e relacionamentos amorosos.

Mark (Alexander Lincoln) é integrante de um time de rugby, esporte muito popular no Reino Unido. Ele e seus colegas participam de competições, mas entre essa atividade, a vida de todos apresenta o impacto do tempo em seus relacionamentos. Mark se percebe sozinho, já que o namorado passa muito tempo viajando a trabalho. Isso levou os dois escolherem abrir o relacionamento, sendo que a única regra era contar quando algo aconteceu e nunca repetir os parceiros.


Sempre envolvido em atividades e algumas festas com colegas do time, muitas vezes Mark se via como responsável por Henry (William Hearle), um amigo muito próximo, mas que perdia a noção dos seus próprios limites quando bebia demais. Ele inclusive, não percebia que o amigo tinha um sentimento para ter algo a mais. Tanto que o amigo reclama quando percebe que Mark estava se distanciando.

Em uma dessas festas, Mark se vê atraído por Warren (Alexander King), também jogador de rugby, mas de uma liga acima da dele. Porém, Warren é comprometido e sabe como seu namorado é ciumento, mas mesmo assim, ele e Mark não resistem e ficam juntos, mais de uma vez.


O envolvimento dos dois é tão forte, que Mark quebra as principais regras de seu relacionamento, pois vê que o tempo com Warren é muito melhor do que esperava. Só que ele esquece das possíveis consequências, caso o segredo dos dois fosse revelado.

Quando terminei de assistir 'Ao Seu Lado', meu pensamento foi único: criaram esse filme para um elenco adolescente e chamaram adultos para interpretar? Todos os personagens tem atitudes muito infantis que poderiam ter sido resolvidas de maneira mais rápida e certamente com um melhor resultado aos personagens. 

Sabe aquele papo "conversa e esclarece"? Pois então, senti que faltou essa reflexão a todos. Um desses exemplos é apresentar a possibilidade de um relacionamento aberto, mas complementa com relacionamentos sem nenhuma responsabilidade afetiva.

Apostar no drama parece mais fácil. A narrativa de um possível "vão ficar juntos no final?" é vendável e cria expectativa. Só que isso acabou tirando o brilho de outros personagens, que poderiam ganhar muito mais destaque, como Pinky (Pearse Egan) e Henry. Eles tinham muito mais para contar e contribuir com a história.


Apesar disso, percebo que incluir personagens LGBTQIAPN+ em narrativas esportivas é importantíssimo! Na sociedade machista e preconceituosa em que vivemos, por diversas vezes, muitos fazem que esse espaço seja retirado de nós ou demonstrem que não somos bem-vindos. 

'Ao Seu Lado' ainda está em cartaz em alguns cinemas do Brasil e em breve será disponibilizado para aluguel e venda.

*Texto iniciado no Letterboxd
Postar um comentáriofacebookdisqus

0/0 Comentários/Comentários

A+
A