'A Lista da Minha Vida' é o novo filme da Netflix, com roteiro e direção de Adam Brooks e produção de Liza Chasin, que combina comédia dramática e romance, mas o grande destaque do filme está nos desafios emocionais e dilemas enfrentados pela protagonista. A parte romântica está presente, mas ganha mais força no ato final, enquanto a trama foca na jornada de autodescoberta e amadurecimento de Alex, interpretada por Sofia Carson.
Após a morte de sua mãe, Alex descobre que, antes de receber sua misteriosa herança, precisará cumprir uma lista de atividades que escreveu quando tinha apenas 13 anos. A princípio, a ideia parece absurda - e, para ser sincero, bastante frustrante! Afinal, quem aos 13 anos tem uma noção real do que deseja para o futuro? Seguir os sonhos de sua versão adolescente se torna um verdadeiro desafio para Alex, que precisa equilibrar suas responsabilidades adultas com tarefas que, à primeira vista, parecem infantis ou irrelevantes.
No entanto, conforme ela avança pela lista, algumas experiências acabam proporcionando reflexões inesperadas. E, no fim das contas, o último item muda completamente a perspectiva sobre a proposta da mãe, provando que a lista era muito mais do que parecia.
O filme também desenvolve bem as conexões de Alex com outras pessoas que acabam sendo essenciais para sua jornada. Brad (Kyle Allen), o advogado responsável pelo testamento, que se torna um grande amigo, enquanto Garrett (Sebastian De Souza), o colega de trabalho voluntário que ela conhece no metrô, traz uma nova dinâmica à sua vida, mesmo que o rumo dessa relação seja relativamente previsível para quem acompanha comédias românticas. O que torna o desenvolvimento dessas conexões interessante é a sinceridade dos personagens: eles não tentam esconder suas falhas ou insatisfações, o que torna as interações mais autênticas e envolventes.
Outro aspecto interessante da narrativa é a dinâmica de Alex com seus irmãos, cunhadas e seu pai. Fica evidente como a comunicação entre eles difere da relação que ela tinha com a mãe. Enquanto com a mãe existia uma proximidade quase inabalável, com o restante da família há uma certa distância, como se fosse uma barreira de segurança. Parte disso se deve ao fato de Alex constantemente receber críticas, muitas delas fruto da falta de um diálogo mais sincero em momentos decisivos.
O filme ainda traz algumas reflexões ou desafios para Alex, principalmente quando ela entra na área dos relacionamentos amorosos. Sua mãe tinha quatro perguntas para identificar se encontrou o parceiro ideal (abaixo você confere quais são). É uma regra obrigatória? Não, mas no caso, funcionou.
- Você pode contar tudo para a pessoa sem medo?
- A pessoa é gentil?
- A pessoa te ajuda a ser uma melhor versão?
- Você imagina a pessoa como o pai/mãe do seu filho?
Inspirado no livro 'A Lista de Brett', de Lori Nelson Spielman, o filme traz várias mudanças na trama - e, felizmente, para melhor! Na sinopse do livro original, um dos itens da lista era "Ter um filho, talvez dois", o que soa como uma imposição problemática vinda da mãe da protagonista. O roteiro do filme, por sua vez, adapta esse conceito de forma mais contemporânea e realista, permitindo que a história explore temas como amadurecimento, legado e as diferentes formas de felicidade.
'A Lista da Minha Vida' não é apenas sobre cumprir metas antigas, mas sobre ressignificar os sonhos e encontrar sentido nas pequenas experiências da vida.